O 2021 do Rainbow Six Siege

Com o começo de um ano novo, voltemos no tempo para observar o que de melhor aconteceu em 2021 no competitivo enquanto projetamos o ano de 2022

11/01/2022 - 9h50
João Pedro Lemos

Palco da grande final do BR6 em 2021
(Foto: Bruno Alvares / Rainbow Six Esports Brasil)

O ano de 2021 acabou e 2022, o 7° ano do jogo, se inicia. Aproveitemos então o pequeno intervalo até a primeira competição do ano para podermos rever como foi o ano 6 do Rainbow Six Siege, com o nosso foco especial voltado para o desempenho das equipes brasileiras, enquanto projetamos o futuro do jogo.

O Jogo

O ano de 2021 começou muito bem para o game. Conseguindo atingir o maior pico de jogadores dos últimos anos, o Rainbow Six estava voando. O número de jogadores não foi o único a crescer no começo do ano passado. O número de espectadores nas plataformas de streaming também aumentou bastante no começo do ano.

Infelizmente o decorrer do ano 6 não foi agradável. Com inúmeros problemas com cheaters e bugs, o número de jogadores foi diminuindo cada vez mais rápido. Sem um suporte de excelência, a Ubisoft viu ao longo de 2021 críticas duras ao jeito que comandava seu jogo.

Mesmo em um ano que o cenário competitivo voltou a realizar competições presenciais (sem a presença de público), o número de espectadores durante as partidas foi diminuindo cada vez mais. Entretanto, a final do BR6 mostrou que ainda há esperança para o game. Na derradeira partida do Campeonato Brasileiro, a empresa decidiu realizar o evento não só de forma presencial, mas com presença de público. A partida aconteceu na Max Arena em São Paulo e os fãs lotaram o local. Sendo exigido o uso da máscara a todo momento e o comprovante da vacina contra a covid na entrada, o evento tinha tudo para reacender a chama do torcedor que viu os times brasileiros brilhar durante as competições internacionais em 2021.

O Domínio brasileiro internacional

Nos campeonatos internacionais, 2021 foi a vez do nosso país. O último (e até então único) título brasileiro em um torneio internacional de expressão tinha ocorrido em 2018 quando a Team Liquid conquistou a Pro League 7, sediada em Atlantic City. Após isso, mais anos se passaram e o nosso país seguiu sem ganhar nenhum outro grande título de expressão. Foi aí que não só decidimos vencer o principal torneio, como também dominarmos o cenário. Em 2021, após amargurar um segundo lugar na edição anterior do Six Invitational, a Ninjas in Pyjamas trouxe o martelo para o solo tupiniquim ao vencer a também brasileira Team Liquid. Não só isso, mas a MIBR garantiu o terceiro lugar na competição e a Faze Clan ficou dentro do top 5.

Naquele ponto, o meta brasileiro era o mais forte no cenário competitivo e isso se confirmou ao longo dos dois Majors que ocorreram no decorrer do ano.

O capitão da NiP, Psycho, levantando o Martelo do Six Invitational
(Foto: Rainbow Six Esports)

No México, a recém montada line da Team One, somou agressividade, paciência, estudo e dedicação e transformou isso em uma gameplay feroz que os tirou de último lugar do grupo A nos últimos dois jogos da fase e os levou para os playoffs. Lá, com a moral elevada ao máximo, eles desempenharam de forma clamorosa e marcharam até a grande final, onde se sagraram campeões.

A Faze chegou no Major de Outubro jogando o mais alto nível de Rainbow Six. Isso fez com que a line conseguisse o título na Suécia com uma campanha quase perfeita. Até a final, onde eles enfrentaram a NiP, o Clan perdeu apenas 2 mapas durante toda a jornada, uma derrota ainda na fase de grupos (onde as partidas eram realizadas em formato md1) e um mapa perdido para a DWG na semifinal.

Além disso, times como Furia, Black Dragons e Mibr, apresentaram um Rainbow Six promissor, mesmo sem nenhum título de grande expressão no ano.

Team One e Faze Clan, campeões dos Major realizados em 2021
(Fotos: Ubisoft/Kirill Vision)

Os Campeonatos Nacionais

O Campeonato Brasileiro de Rainbow Six Siege de 2021 foi sem dúvida nenhuma um dos melhores de todos os tempos. Apesar de algumas críticas da comunidade e de alguns casters de fora do país com relação ao esquema de pontuação utilizado (ao contrário da EUL e da NAL, o BR6 não reseta os pontos após o fim de cada turno), o campeonato ocorreu com inúmeras disputas importantes, do início ao fim. O topo da tabela foi disputado quase sempre por Liquid e Faze, porém NiP, Team One e até mesmo a Fúria chegaram perto dos dois principais postos da tabela. A disputa pelo relegation também foi levada até a última rodada, com a W7M, equipe que ocupou a lanterna do campeonato a maior parte do tempo, realizando uma arrancada incrível no fim e ultrapassando o Santos na última rodada.

Nas finais a MIBR, que esteve em baixa durante todo o ano, conseguiu vencer a Team One nas quartas, mostrando o quão forte é a competição doméstica. Na mesma etapa, a Furia, apesar da derrota para a Ninjas in Pyjamas, deu trabalho e mostrou que os jovens talentos estarão prontos para voos mais altos no ano de 2022. Na final, Liquid e NiP reencenaram a grande final do Six Invitational e, mesmo com dois novos jovens jogadores na line, a cavalaria conquistou o título na revanche.

Além disso, a Copa do Brasil serviu não somente como uma forma de alimentar o cenário nacional, mas também se mostrou como caminho para os jogadores chegarem a elite. Resetz e Ask trilharam seus caminhos na série b e atualmente jogam pela Liquid, onde conquistaram o BR6 de 2021. Zak, Peres e Basseto também se mostram importantíssimos para INTZ e BD, campeãs da 2ª e 3ª etapa da competição, respectivamente.

O campeonato também mostrou para todo o Brasil que times da Série B conseguem disputar de igual pra igual com times da elite, sendo a maior prova disso as finais da copa. Na etapa 1, Super Nova e Singularity, dois times tier 2 se enfrentaram na grande final. Na segunda edição, a INTZ enfrentou o Trapboyz. Apenas na terceira edição a final e a semifinal foram disputadas por times que estão na primeira divisão do BR6.

Psk erguendo o troféu do BR6 na grande final
(Foto: Ubisoft/Saymon Sampaio)

O Mercado da Bala

Até o presente momento, na elite do torneio brasileiro, apenas saídas foram confirmadas. Ainda em 2021, o coach Budega anunciou que estava se desligando do MIBR. Em sua nota, Budega disse que não concordava com o planejamento da org para 2022 e que não obteve apoio dos companheiros, resultando assim em um "conflito chato que tirou o clima". Ele disse também que voltaria para sua casa nos EUA e que teria interesse em treinar algum time na NAL. Outro que também deixou o posto de head coach foi João Pedro Teixeira, que deixou a INTZ e o Rainbow Six, indo para o cenário de Valorant.

Além dessas saídas, uma bomba também já é dada como certa. Segundo a apuração do jornalista Rafinha (@Rafinhafps), a organização norueguesa ZeroZeroNation, com a intenção de continuar estendendo suas atividades no Brasil, comprou a vaga do Santos na elite do BR6. Não se sabe se a org paulista continuará com sua line academy nesse ano.

Nenhum jogador da line que permaneceu na primeira divisão após vencer a partida de Relegation contra a Super Nova deverá permanecer na equipe. Os rumores apontam para um projeto liderado pelos exs jogadores da Liquid, SexyCake e HSnamuringa.

Novys e Bersa postaram no twitter que talvez estariam voltando para o Brasil. Atualmente os dois jogam pela org mexicana Atheris, e conquistaram o vice campeonato mexicano. Não se sabe se eles poderiam se juntar ou não a possível line da 00nation.

Fora da Elite do Rainbow Six brasileiro, a Super Nova anunciou a contratação do player Stemp, ex jogador da line academy do Santos.

2022

Enquanto nos aproximamos do closed qualify da LATAM para o Six Invitational de 2022, uma pequena previsão do futuro não fere ninguém.

A expectativa é a melhor possível. Após um 2021 vitorioso, os times brasileiros chegam em alta para o grande campeonato do cenário competitivo. A torcida brasileira vai obviamente pela adição do sexto time brasileiro no Invi classificado pelo qualify. MIBR e Black Dragons são as duas equipes na disputa, além de Malvinas e Furious da Argentina, e Atheris e Fenix representando o México. Nessa disputa, as atenções se voltam para os times mexicanos. Com a mistura do meta implementada pelos brasileiros que jogam pela Atheris, o campeonato do México se mostrou mais forte do que o sul-americano. Em 2021 a Fenix quase estragou a festa dos brasileiros, porém a Furia conseguiu a vaga de forma suada. Neste ano é esperado ainda mais dificuldade contra os hermanos da América do Norte.

Na Europa as atenções são voltadas para os dois principais times do momento. A BDS, da França e a Empire, da Rússia. A consistente line francesa chega em mais um campeonato como uma das grandes favoritas, resta apenas saber se dessa vez eles conseguirão dar o passo final que precisam. A máquina russa, após um péssimo começo na EUL de 2021, conseguiu organizar a casa e alcançou não só a final do Major do México, mas como também a final da Liga europeia. Apesar de ter amargurado o segundo lugar nas duas competições, a performance ao longo do ano foi cada vez melhor, dando esperança ao torcedor russo para 2022.

Line da BDS nas ruas de Paris durante o Six Invitational de 2021
(Foto: Team BDS)

Na América do Norte é preciso falar de todas as 4 equipes já classificadas. Spacestation, DarkZero, Soniqs e Oxygen são um perigo real. SSG conseguiu um crescimento muito bom na segunda metade do ano com a adição de Skys e Hotancold. A OXG, conta com a força da química de sua line, que chegou ao top 5 do Invi de 2021. O brasileiro Kyno é um dos destaques desse time que mostrou um bom Rainbow Six durante todo o ano. A DarkZero trouxe NJR e conseguiu uma grande adição ao contratar o recém desaposentado e 2x vezes campeão do Invi, Canadian. Com isso a DZ conquistou uma boa reputação e chegou na final da NAL, porém não conseguiu superar a surpresa Soniqs. Apesar de não conseguirem passar da fase de grupos em ambos os majors, a Soniqs surpreendeu muita gente ao conquistar o título da Liga norte americana e devem ser vistos como uma ameaça.

Por último, mas não menos importante, a APAC surpreendeu muita gente com seus desempenhos ao longo dos torneios internacionais de 2021. O grande destaque é a Damwong Kia, que conseguiu avançar para os playoffs de ambos os majors. Com um estilo de jogo bastante agressivo e plays divertidíssimas, a equipe sul coreana conquistou o coração de muitos fãs do jogo e elevaram o nome da região para um patamar mais competitivo. A Cyclops e a Sandbox também mostraram uma boa gameplay durante o ano e também precisam ser levadas a sério.

Jogadores da DWG em festa após vitória no Six Major da Suécia
(Foto: Ubisoft/Kirill Bashkirov)