Primeiros brasileiros caem por terra no PGL Major Stockholm 2021

GODSENT e Sharks se despedem do campeonato mundial sem vencerem jogos, enquanto paiN consegue apenas uma vitória... Contra os "tubarões"; Restam FURIA e a "brasileira" Liquid de FalleN

28/10/21 - 16h35
Vicente Arantes

PGL Major Stockholm começou ruim para as equipes brasileiras
(Foto: Reprodução/PGL)

O campeonato mais esperado do Counter-Strike: Global Offensive por quase dois anos finalmente começou: o PGL Major, edição Estocolmo 2021teve seus primeiros jogos na última terça-feira (26) e também a estreia dos primeiros três brasileiros na competição: GODSENT, Sharks e paiN. Os três estavam nos dois primeiros "estágios classificatórios", os Challengers e os Contenders, antes dos Legends, onde se localizam FURIA e Liquid, a última considerada por muitos como a maior chance de título "brasileiro" no campeonato, já que Gabriel "FalleN" Toledo se encontra na equipe. Maior nome do CS brasileiro como jogador, In Game Leader e figura pública, FalleN carrega uma enorme torcida nacional por onde jogue.

Porém, falando dos estreantes, a situação não foi boa: os três foram eliminados sem chegar sequer ao último dia da primeira fase, e tiveram enorme dificuldade de ao menos pontuar contra forças secundárias do resto do mundo. Infelizmente o início do Major apenas comprovou o que muitos já enxergavam: mesmo com 21 participantes do país (o mais bem representado), o Brasil não é nem de longe uma força potente no CS mundial. Vamos entender um pouco mais sobre as breves trajetórias das equipes brasileiras que já foram eliminadas.

GODSENT: de segunda melhor à primeira eliminada

Por muitos considerados o segundo melhor time completo de brasileiros nesse Major, atrás apenas da FURIA, a GODSENT não teve facilidade na tabela. Enfrentou, sem sombra de dúvidas, os três adversários mais difíceis que todos os brasileiros pegaram. A estreia foi contra a ENCE, atual top 10 do mundo e que vem se notabilizando pelo ótimo jogo em equipe, mesmo sem uma grande estrela. A derrota por 16 x 10 na MD1 colocou em uma posição delicada os "enviados por Deus", que já enfrentaram, ainda no primeiro dia, a Team Spitit na luta contra o 0-2. Infelizmente voltou a perder, dessa vez por 16 x 12. Uma curiosidade é que ambos os mapas foram Nuke.

No segundo dia, sabiam que não havia espaços para erro, porém o chaveamento foi duro e colocou a atual tetracampeã Astralis no caminho da GOD, que acabou caindo na MD3 sem conseguir ganhar um mapa sequer. Foi o primeiro brasileiro a se despedir do Major, decepcionando a legião de fãs que acreditava muito no potencial de TACO e seus companheiros. Mas não ficou sozinha. Minutos depois, foi a vez da também brasileira Sharks se despedir da competição.

Sharks: o mais fraco, que teve desperdiçou a chance crucial

A única organização classificada pelo RMR sul-americano foi a equipe da YNG Sharks, contando como awper Zevy e um time que poderia se tornar revelação. Mas não conseguiu se sentir a vontade em nenhum momento. A estreia foi no espanco levado para a MOUZ, time reformulado e que vinha em fase conturbada pré-Major, mas venceu sem dificuldade por 16 x 6. Mas na segunda rodada, a esperança! Enfrentaram um time tão "surpresa" quanto, os turcos da Tyloo, no ranking 56 do mundo (apenas dois acima dos brasileiros). O 16 x 14 levado na Mirage abalou os tubarões, que sabiam que haviam pedido a oportunidade de pontuar enquanto não estavam com a corda no pescoço.

No último dia, o confronto da vida contra um conhecido nacional: a paiN Gaming. Valendo a vida na MD3 as duas equipes protagonizaram um jogão, com a Sharks marcando a Vertigo a seu favor, e perdendo uma Anciente no segundo overtime. Sobrou tudo para a Nuke, onde a equipe da paiN levou a melhor com facilidade e eliminou os sul-americanos do torneio. Mas também não foi muito longe, como veremos á seguir.

paiN, muitos erros que custaram a vida

A paiN chegava no Major com todos os olhares sobre Saffee, awper da equipe que vinha se destacando nos RMR's e nas competições preparatórias. O início da curta caminhada foi em um confronto eletrizante contra a Virtus.pro que teve um final trágico para os brasileiros. Perdendo por 14 x 13, viram hardzao achar um round impossível no fundo bomb da A da Inferno, trazendo o empate e a fé pela vitória logo na estreia. Porém, no round seguinte, a tragédia: um rush B em um stack dos russos que acabou em match point para o adversário, finalizado com facilidade por 16 x 14.

No mesmo dia, abalado pelo revés inicial, enfrentou a Renegades, um dos "azarões" desse Major, a grande chance da volta por cima e de conseguir uma vitória para tranquilizar os ânimos, porém o que aconteceu foi um novo 16 x 14 e o 0 - 2 que deixava a paiN por um fio no Major. Fio, esse, que foi engrossado após a já citada vitória sobre a Sharks, aquela que foi a primeira e, até então, única vitória brasileira no Major. O próximo jogo? Contra a Astralis.

Os dinamarqueses que venceram os últimos 4 Majors e que haviam acabado de eliminar a GODSENT armaram uma arapuca contra a paiN, primeiro vencendo a Nuke com facilidade, e depois conseguindo uma virada inacreditável, onde os brasileiras venciam por 15 x 8 até que... Entregaram um round 5 contra 3 do lado defensor da Ancient. O resultado foi um nervosismo crescente que a cada round piorava e dava indícios de que culminaria em eliminação. Não deu outra. Astralis 19 x 16 paiN e o último brasileiro da primeira fase a dar adeus ao mundial.

Nos Legends, FURIA e Liquid são esperança

Sábado começa a segunda fase do PGL Major Stockholm 2021, que conta com os times mais bem classificados do torneio, dentre eles o atual top 1 mundial, a Natus Vincere, e a última equipe completamente brasileira, a FURIA. Além deles, a Team Liquid conta com a torcida do "brasileirinho" pela presença de FalleN na equipe. Todos os jogos de estreia do Legends Stage ocorrem na manhã de sábado, em MD1's no formato Suíço. Segunda-feira já teremos eliminados, e vamos torcer para que, diferente desse início, os brasileiros cheguem longe.