Em semana repleta de novidades, GP de Silverstone tem Hamilton de volta ao topo do pódio

A estreia do novo formato com sprint race e anúncio da "nova era" da F1 marcaram a semana do automobilismo

18/07/2021 - 14h30
João Pedro Lemos

Lewis Hamilton com a bandeira da Grã-Bretanha após vitória
(Foto: F1/Divulgação)

A semana do fã de Fórmula 1 começou antes do normal. Na quinta-feira (15) a FIA anunciou o mais novo modelo de carro que será utilizado em 2022. O principal motivo da mudança é fazer com que as disputas por posições sejam mais justas e apertadas. O regulamento atual gera carros que criam turbulências, fazendo que o piloto atrás perca muito downforce por conta do ar sujo.

Jean Todt, presidente da FIA disse que "Em 2022 vamos começar um novo caminho com estas grandes mudanças no regulamento. Este regulamento foi desenhado para que os pilotos sejam capazes de andar mais próximos uns dos outros na pista ".

Confira as fotos de lançamento do novo modelo:

Novo modelo de carro que será utilizado a partir de 2022
(Foto: Divulgação/Fórmula 1)

Apesar do novo carro já ter chamado bastante atenção, essa não foi a única novidade do fim de semana. Na sexta feira (16), ao invés do formato que todos estão acostumado, com dois treinos livres, nós tivemos apenas um momento para as equipes ajeitarem seus carros, já que logo após o TL1 nós teríamos o Qualify. O formato testado nesse fim de semana traria a já comum qualificatória para a sexta, definindo o grid para a Sprint Race que aconteceria no sábado (17) e decidiria as posições de largada para a grande corrida no domingo (18).

Durante o TL, mais uma vez, o motor Honda de Max Verstappen colocou um diferença de quase 1 segundo para o britânico Lewis Hamilton. O heptacampeão conseguiu apenas o terceiro melhor tempo desta etapa, ficando atrás de seu conterrâneo Lando Norris.

Após essa decepção, Hamilton foi para o Qualify com sangue nos olhos, querendo buscar a frente do grid da Sprint Race. Outro que estava em chamas, querendo uma excelente performance, era o, também britânico, George Russel. Pela segunda vez na temporada o piloto da Willians conseguiu ir para o Q3 em uma volta espetacular. Durante a terceira etapa da qualificatória, além da excelente volta de Russel, que o colocou em 8°, nós tivemos a grande surpresa. Depois de por quase um segundo na frente de Hamilton, Verstappen não foi capaz de assegurar a pole, que ficou com o piloto da Mercedes que comemorou muito.

No dia seguinte, o mais novo experimento da F1 era posto a prova. Uma corrida rápida de 100km (17 voltas) que decide todo o grid da corrida. Logo de cara na largada, Hamilton não tracionou bem e Max Verstappen, mesmo largando do lado mais sujo da pista, conseguiu a dianteira antes mesmo da curva 1. Depois disso Lewis não foi capaz de alcançar o holandês que garantiu a pole da corrida.

Outro grande destaque da Sprint Race foi a Alpine. Apesar de seus dois pilotos sequer chegarem no Q3, Alonso e Ocon conseguiram alcançar o Top 10 do grid para domingo. O grande momento da corrida foi, inclusive, a incrível largada do bicampeão mundial Fernando Alonso.

O espanhol Carlos Sainz, que já havia dito buscar a posição de Russel logo na largada, teve que escalar o pelotão após se tocar com a Willians do britânico. Ainda sim, o piloto da Ferrari conseguiu uma excelente recuperação e a 11ª posição no grid. Outro que despencou no grid foi Sergio Perez que caiu para a penúltima posição após rodar na 7ª volta. O mexicano teve que parar para trocar os pneus e terminou a Sprint Race na última colocação.

Confira o grid de largada da corrida:

Na corrida, logo na largada Max Verstappen e Lewis Hamilton protagonizaram a batalha da corrida. O holandês conseguiu se manter na frente, mas o britânico vinha com sangue nos olhos em busca da 1ª posição. A disputa era limpa e linda até que, na curva Copse, Hamilton acha um espaço por dentro e no ápice da curva a roda traseira de Max se choca com o carro da Mercedes. O holandês roda, sai da pista e atinge o muro com uma força de 5.1 G. O piloto saiu do carro um pouco desnorteado mas já se encontra bem. Com o acidente, quem se aproveitou foi Charles Leclerc que tomou a terceira posição de Bottas no começo e após o toque assumiu a liderança da prova.

Por conta da batida forte houve uma bandeira vermelha e uma longa pausa foi feita. Na relargada Leclerc não deu chances para Hamilton e o piloto da Ferrari se manteve na liderança a todo momento, até mesmo quando seu motor falhou e o carro da Mercedes se aproximou. Ainda sim o monegasco dirigiu muito bem. Por conta do acidente Hamilton deveria cumprir uma penalidade de 10 segundo no pit, sabendo disso sua equipe decidiu para-lo antes e tentar uma estratégia diferente. Na 27ª volta o piloto britânico foi para os boxes deixando, depois de muito tempo, uma dobradinha momentânea da Ferrari em 1° e 2°.

A estratégia da Mercedes viria provar apenas na 50ª volta quando Lewis Hamilton tomou a liderança de Leclerc que não havia sido incomodado em nenhum momento da corrida. "Eu dei tudo de mim, mas não foi o suficiente nas duas últimas voltas. Parabéns a Lewis - ele fez um trabalho incrível." disse o piloto da Ferrari após a corrida.

Outro grande destaque da corrida foi o australiano Daniel Ricciardo que foi perseguido pelo espanhol Carlos Sainz durante boa parte da corrida. Ricciardo foi valente e não cedeu a posição em nenhum momento, garantindo bons pontos para a McLaren, que segue na frente da Ferrari no campeonato mundial de pilotos.

Sergio Perez, que largou dos boxes, não conseguiu encaixar sua estratégia e acabou em 16°. Para a tristezas dos fãs da Willians, George Russel, maior esperança de pontos para a equipe, fez uma corrida discreta e terminou em 12°. Em compensação, para a Alpine, esse foi um excelente final de semana, com ambos os pilotos terminando a corrida na zona de pontuação, coisa que não acontecia desde o GP de Portugal.

Top 10 fo GP de Silverstone
(Foto: f1)

Mesmo com a vitória Hamilton não assume a ponta do mundial, porém a diferença agora é menor e o sonho do 8° título mundial segue vivo.

A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas no dia 1° de Agosto para o GP da Hungria, circuito de alta velocidade que promete bastante, voltando ao formato padrão de dois treinos livres na sexta (30), um no sábado (31) mais a qualificatória e a corrida no domingo (1).